sábado, 20 de setembro de 2008

Paula Rego


Paula Rego, "Anjo" - 1998

Este é uma das grandes obras de Paula Rego que se tornou um icone da Igualdade de Géneros. Tal como podemos ver, está representada uma mulher guerreira que é ao mesmo tempo uma dona de casa.

Representa quase um hino à mulher moderna. Este quadro evoca a força, garra, capacidade de luta mas ao mesmo tempo podemos ver um olhar sereno, um quase sorriso e uma dedicação á casa e consequentemente à família.
Este quadro é composto por apenas uma personagem: uma mulher de pé com a cabeça delicadamente inclinada e os braços ligeiramente abertos. Numa das mãos podemos ver uma espada enquanto na outra vemos uma esponja de limpeza, o vestuário remete-nos para o século XIX com saia comprida, entufada e a blusa de cetim preto. Parece-nos um misto de anjo da guarda e anjo vingador que enfrenta as dificuldades sozinha, que, embora seja vitima de preconceitos e desigualdades enfrenta a sociedade lutando contra esses valores e defendendo o seu mundo, a sua cria e a sua vida. Representa “a capacidade das mulheres enfrentarem as consequências muitas vezes não desejadas da sua própria sexualidade” [1]
Sendo este um quadro a pastel pintado em tons escuros, podemos ver uma saia ampla em tons dourados representando a glória, o ouro e o brilho natural da mulher, a blusa preta pode representar a repressão, submissão e acanhamento social, no entanto este contrasta com o dourado da saia que poderá representar a vitória, a alegria de ultrapassar os obstáculos, a capacidade de contornar a descriminação e a submissão, representa o contraste emotivo e sentimental. A mão que segura a espada está apertada representando a firmeza e coragem da sua luta, a mão que segura a esponja está mais folgada deixando antever alguma delicadeza que é confirmada com o olhar sereno e simpático.
A blusa embora negra, nota-se o toque acetinado nada comum em roupas de guerreira ou de dona de casa, contudo estas a do vestuário deste “Anjo” representam a capacidade da mulher em saber estar em qualquer ambiente, a capacidade de ser dona de casa, senhora de sociedade, lutadora, guerreira, esposa esmerada e mãe carinhosa.
[1] (BRADLEY, 2002) p: 89

3 comentários:

Anónimo disse...

Uma vez disseste que o mundo da arte era um mundo de sonhos mas tambem um meio onde expomos o nosso intimo.Não gostava da obra de Paula Rego mas depois das tuas interpretações... fiquei rendida.Parabens e beijinhos daElvira

lidia disse...

Nunca gostei muito da obra de Paula Rego, talvez por não a perceber....Ao ler as descrições dos quadros, fiquei "curiosa e com vontade de saber algo mais....

Muitos beijinhos

Anónimo disse...

para quem gosta de paula rego, fica uma sugestão...

facebook.com/paulafigueiroarego

cmpts!


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