quarta-feira, 15 de outubro de 2008


As suas composições já sugeriam novas narrativas, estimulavam o observador a decifrar a mensagem embora estas fossem compostas de elementos pictóricos que a rodeavam e faziam parte das suas vivências, “a obra de Paula Rego é muito pessoal, são coisas com que ela brincava quando era pequena”[1], já nesta fase recorria ao registo gráfico como forma de expressão de emoções como o medo, injustiça, inveja e terror.Não podemos ignorar os obstáculos da mentalidade nacional porque se por um lado se vivia num Portugal oprimido e isolado culturalmente e onde os artistas não eram muito bem vistos, por outro estamos a falar de uma carreira dominada pelo homem e num ambiente cuja mentalidade atira com a mulher para as tarefas domésticas e em que ela seria educada para ser uma boa dona de casa, a mãe extremosa e a esposa dedicada.Em 1954, o pai que sempre apoiou e incentivou matricula-a na Slade School of Art o que a conduz para um mundo de experiências artísticas e pessoais. È de salientar que Paula Rego nunca perdeu o contacto com as suas origens e mantinha-se informada da situação sócio-politica do país. Em 1956 termina os estudos e sai de Slade School onde já anteriormente tinha conhecido Victor Willing que embora fosse casado envolveu-se com a artista. Esta paixão por Victor foi avassaladora. Renderam-se aos encantos um do outro de tal forma que em 1956 nasce Caroline, a primeira filha do casal e Paula regressa a Portugal. Em 1959 depois do divórcio de Vic casam-se e mudam-se para a Ericeira onde se instalam nunca perdendo o contacto com Inglaterra e nesse mesmo ano nasce, em Londres, a segunda filha, Vitoria.O marido, Victor Willing começa a encoraja-la a explorar novas técnicas e durante uma visita a Londres visitam uma exposição de Jean Dubuffet que lhe desperta o prazer da representação e da exploração de sentimentos em que a criação livre é o pilar do trabalho.Constrói nos seus registos gráficos um vocabulário de formas em que os elementos se relacionam uns com os outros e algumas das suas obras reflectem as preocupações da artista sobre a situação vivida no país. [1] PALLA, Maria José (2003): “ Momento, 93 rostos, registo fotográfico dos artistas plásticos e fotógrafos portugueses nascidos antes de 1960”

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